quinta-feira, 21 de abril de 2016

DEUS NOS FALA

Evangelho de João 21, 1-19


“Depois disso, tornou Jesus a manifestar-se aos seus discípulos junto ao lago de Tiberíades. Manifestou-se deste modo: Estavam juntos Simão Pedro, Tomé, Natanael, os filhos de Zebedeu e outros dois dos seus discípulos. Disse-lhes Simão Pedro: Vou pescar. Responderam-lhe eles: Também nós vamos contigo. Partiram e entraram na barca. Naquela noite, porém, nada apanharam. Chegada a manhã, Jesus estava na praia. Todavia, os discípulos não o reconheceram. Perguntou-lhes Jesus: Amigos, não tendes acaso alguma coisa para comer? Não, responderam-lhe. Disse-lhes ele: Lançai a rede ao lado direito da barca e achareis. Lançaram-na, e já não podiam arrastá-la por causa da grande quantidade de peixes. Então aquele discípulo, que Jesus amava, disse a Pedro: É o Senhor! Quando Simão Pedro ouviu dizer que era o Senhor, cingiu-se com a túnica e lançou-se às águas. Os outros discípulos vieram na barca, arrastando a rede dos peixes. Ao saltarem em terra, viram umas brasas preparadas e um peixe em cima delas, e pão. Disse-lhes Jesus: Trazei aqui alguns dos peixes que agora apanhastes. Subiu Simão Pedro e puxou a rede para a terra, cheia de cento e cinqüenta e três peixes grandes. Apesar de serem tantos, a rede não se rompeu. Disse-lhes Jesus: Vinde, comei. Nenhum dos discípulos ousou perguntar-lhe: Quem és tu?, pois bem sabiam que era o Senhor. Jesus aproximou-se, tomou o pão e lhos deu, e do mesmo modo o peixe. Era esta já a terceira vez que Jesus se manifestava aos seus discípulos, depois de ter ressuscitado. Tendo eles comido, Jesus perguntou a Simão Pedro: Simão, filho de João, amas-me mais do que estes? Respondeu ele: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. Perguntou-lhe outra vez: Simão, filho de João, amas-me? Respondeu-lhe: Sim, Senhor, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta os meus cordeiros. Perguntou-lhe pela terceira vez: Simão, filho de João, amas-me? Pedro entristeceu-se porque lhe perguntou pela terceira vez: Amas-me?, e respondeu-lhe: Senhor, sabes tudo, tu sabes que te amo. Disse-lhe Jesus: Apascenta as minhas ovelhas. Em verdade, em verdade te digo: quando eras mais moço, cingias-te e andavas aonde querias. Mas, quando fores velho, estenderás as tuas mãos, e outro te cingirá e te levará para onde não queres. Por estas palavras, ele indicava o gênero de morte com que havia de glorificar a Deus. E depois de assim ter falado, acrescentou: Segue-me!”

A extraordinária Ressureição de Jesus continua presente na vida dos discípulos. Eram sete, isto para mostrar a totalidade da comunidade dos escolhidos. Todos se encontram com Jesus ressurgido. É uma
comunidade viva, porque compartilha a presença do Deus vivo. Porém, na medida em que eles querem agir como comunidade sozinha, sem a presença dele, o grupo se torna estéril e limitado.

Sem a presença de Deus, nossa vida anda na escuridão. No entanto, a vinda do Mestre vivo traz luz. Quem nos ajuda a enxergar na vida é Jesus vivo. De outro jeito, nos sentimos sós e perdidos na escuridão. O evangelista João nos mostra ainda como Jesus toma a iniciativa de se aproximar dos discípulos. É sempre Deus que toma primeiro a iniciativa de entrar na vida das pessoas, porque Ele é amor e, portanto, quer salvar. Sabe perfeitamente que os seres humanos não conseguem sozinhos a ‘salvação eterna’.

Nesse sentido, Ele os orienta a abrir os olhos e entenderem melhor a vida. A obediência ao Mestre traz frutos e frutos em abundância. Quem ama tem capacidade de chegar primeiro para discernir a realidade e compreender os eventos da vida. Mas Jesus, coerente com a sua missão, se identifica servindo-os.

Essa imagem da eucaristia é alimento aos discípulos, pois comunica nova força e discernimento no seguimento do Mestre. É nesse contexto que Jesus pergunta insistentemente a Pedro: “Simão, filho de João, você me ama mais do que estes outros?” Nesse sentido, o Divino Mestre quis confirmar que o chefe dos apostólos deve saber amar mais que os outros, se doar sem restrições. É este amor, que não é uma simples amizade e compaixão, que dá o poder de cuidar do rebanho todo. Por isso Pedro ficou triste, porque Jesus perguntou três vezes se ele o amava. A tristeza de Pedro foi a lembrança do seu ato covarde. Também naquela ocasião, ele tinha prometido sua total fidelidade ao Mestre, mas não aconteceu. Agora, porém, consciente que Jesus o conhece, deixa-se amar e conduzir pelo Mestre. Entendeu Pedro que se doar não é uma derrota, mas a glorificação de Deus. Portanto, teve a capacidade de aceitar o chamado de Jesus: “Siga-me.” Concluindo, te pergunto: tens coragem de reconhecer que precisas da luz, que é Jesus? De revelar para Ele o teu coração, aquilo que esconde no profundo da tua vida?

Fonte: Claudio Pighin:  Sacerdote, doutor em teologia, mestre em missiologia e comunicação.

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